Depois de um longo e tenebroso estrago, o computador começou a funcionar. Pensei: vou, enfim, blogar pela primeira vez. Mas minha máquina é rebelde e não bloga. Não quer que eu pratique esse novo verbo criado pela internet. O computador daqui de casa é careta ainda, pode? Todo mundo bloga. Então, resolvi que eu também vou blogar, blogar, blogar. Blogar até. Blogar pelos cotovelos..." nem que seja por intermédio de amigos. É o que faço agora. E para desvirginar-me no mundo dos bloggers, resolvi começar contando a historinha do Atrás dos Olhos das Meninas Sérias, desde o início. E foi assim:
Há pouco mais de dois anos, eu, Neise Neves, atriz, havia feito uma leitura cênica do texto Visões do Paraíso, da escritora mineira Branca Maria de Paula, sob a direção do ator, parceiro da Pierrot Lunar e outras coisitas mais, Léo Quintão. Esse primeiro contato com a obra de Branca começou a apontar para um caminho que viria a ser seguido pela Cia., na procura do tema para o seu novo espetáculo.
Meses depois, convidamos Juarez Dias para dirigir uma cena curta, baseada no em outro texto de Branca, o que acabou não acontecendo. Daí começamos a pensar no espetáculo. Muitos outros textos foram lidos: Clarisse Lispector, Lya Luft, Hilda Hist, Chico Buarque, Afonso Romano Santana, Ruy Gerra, Freud, Lacan, mais e mais Branca Maria de Paula e Ana Cristina Cesar, que nos presenteou com o nome do espetáculo.
Demos início às improvisações, sempre lendo mais e mais textos. Primeiro no Centro de Cultura Belo Horizonte, depois, e até hoje, na sede do grupo de teatro para crianças Real Fantasia. Foi quando Juarez trouxe para os ensaios o livro de Edmundo de Novaes intitulado Falar, Um Romance de Amor e Ódio, ganhador do Prêmio Casa de Cultura Mário Quintana 2003, em Porto Alegre. Foi um impacto e até uma mudança de planos, diante de tamanha identificação com o romance e com o tema que perseguíamos já há tanto tempo. Falar sintetiza, em apenas uma obra, tudo o que buscávamos em vários textos sem nenhuma ligação entre si. O tema central estava ali: a mulher e o amor, tratados de uma forma acessível, inusitada e com um humor cruel e incrível.
Foi aí que tudo parou para mudarmos a direção das coisas. Conversamos com o autor Edmundo de Novaes que, ao tomar conhecimento de nossa intenção, reagiu com tanta satisfação, que nos animou ainda mais e nos fez apaixonar por completo.
Daí, focamos nosso trabalho na história de Edmundo, que será adaptada para teatro, através dos ensaios, por Juarez. O nome do espetáculo, já definido anteriormente, não mudou. Continua Atrás dos Olhos das Meninas Sérias.
Entre uma cerveja e outra que tomávamos após os ensaios e a partir de uma tradição da Cia. Pierrot Lunar em fotografar etapas dos ensaios, optamos por registrar o processo de ensaio e montagem do espetáculo em um blog. A idéia então, deste Blog, é a de conter imagens, relatos ou curiosidades das etapas percorridas pelos atores, diretor e equipe do espetáculo. Foi o jeito que encontramos para dividir, desde o início, os sentimentos, as angústias, as alegrias, as conquistas e a evolução alcançada durante o processo de criação de Atrás dos Olhos das Meninas Sérias. Da pesquisa à expectativa do resultado final. Do ensaio geral à estréia. Queremos compartilhar. Façam, portanto, seus comentários. Eles poderão ser importantes.
NEISE NEVES - atriz
Há pouco mais de dois anos, eu, Neise Neves, atriz, havia feito uma leitura cênica do texto Visões do Paraíso, da escritora mineira Branca Maria de Paula, sob a direção do ator, parceiro da Pierrot Lunar e outras coisitas mais, Léo Quintão. Esse primeiro contato com a obra de Branca começou a apontar para um caminho que viria a ser seguido pela Cia., na procura do tema para o seu novo espetáculo.
Meses depois, convidamos Juarez Dias para dirigir uma cena curta, baseada no em outro texto de Branca, o que acabou não acontecendo. Daí começamos a pensar no espetáculo. Muitos outros textos foram lidos: Clarisse Lispector, Lya Luft, Hilda Hist, Chico Buarque, Afonso Romano Santana, Ruy Gerra, Freud, Lacan, mais e mais Branca Maria de Paula e Ana Cristina Cesar, que nos presenteou com o nome do espetáculo.
Demos início às improvisações, sempre lendo mais e mais textos. Primeiro no Centro de Cultura Belo Horizonte, depois, e até hoje, na sede do grupo de teatro para crianças Real Fantasia. Foi quando Juarez trouxe para os ensaios o livro de Edmundo de Novaes intitulado Falar, Um Romance de Amor e Ódio, ganhador do Prêmio Casa de Cultura Mário Quintana 2003, em Porto Alegre. Foi um impacto e até uma mudança de planos, diante de tamanha identificação com o romance e com o tema que perseguíamos já há tanto tempo. Falar sintetiza, em apenas uma obra, tudo o que buscávamos em vários textos sem nenhuma ligação entre si. O tema central estava ali: a mulher e o amor, tratados de uma forma acessível, inusitada e com um humor cruel e incrível.
Foi aí que tudo parou para mudarmos a direção das coisas. Conversamos com o autor Edmundo de Novaes que, ao tomar conhecimento de nossa intenção, reagiu com tanta satisfação, que nos animou ainda mais e nos fez apaixonar por completo.
Daí, focamos nosso trabalho na história de Edmundo, que será adaptada para teatro, através dos ensaios, por Juarez. O nome do espetáculo, já definido anteriormente, não mudou. Continua Atrás dos Olhos das Meninas Sérias.
Entre uma cerveja e outra que tomávamos após os ensaios e a partir de uma tradição da Cia. Pierrot Lunar em fotografar etapas dos ensaios, optamos por registrar o processo de ensaio e montagem do espetáculo em um blog. A idéia então, deste Blog, é a de conter imagens, relatos ou curiosidades das etapas percorridas pelos atores, diretor e equipe do espetáculo. Foi o jeito que encontramos para dividir, desde o início, os sentimentos, as angústias, as alegrias, as conquistas e a evolução alcançada durante o processo de criação de Atrás dos Olhos das Meninas Sérias. Da pesquisa à expectativa do resultado final. Do ensaio geral à estréia. Queremos compartilhar. Façam, portanto, seus comentários. Eles poderão ser importantes.
NEISE NEVES - atriz
2 comentários:
Nossa, Xuxu! Quem me sente importante sou eu. Beijo.
O que eu posso dizer? Muita sorte à vocês, e estou feliz pelo encontro. Conheço bem o trabalho do Juarez, e da sua incrível (e prematura) capacidade artística... e, de longe, também a cumplicidade da Neise e do Léo, e também pela responsabilidade com que realiza seus trabalhos. Daqui de (fisicamente) longe, vai meu carinho para vocês... e achei ótima a idéia do blog, porque assim vou poder acompanhar de pertim esse processo... que promete!
Beijo, saúde e energia,
Cristina Gil , produtora cultural(ou Ritinha, como prefiram), amiga do Juarez, Barcelona
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